Dois olhos perdidos em meio a uma pequena multidão daquela
noite movimentada, em busca de algo que não sabia o que era, algo que pudesse ser
contemplado e que pudesse completar algo que faltava dentro de seu organismo,
uma busca que se tornava até então em vão, até que... algo diferente aconteceu.
Os dois olhos perceberam que algo novo havia ali, até então
indiferente a sua presença, mas mesmo assim decidiram enviar algumas mensagens
desabituais para os seus irmãos de habitação... O sangue percorreu o mais rápido
que pode, para avisar as mudanças ocorridas em seu ordenamento.. As mãos, com
tamanha agilidade, ficaram nervosas com a mudança e de tão assustadas começaram a
suar frio, pois não entendiam o motivo de tamanha pressa...
Até então nada havia como ser explicado, apesar de o coração
saber que deveria mover-se num ritmo mais exasperado, mais envolvente, coisa
esta que era completamente diferente do seu cotidiano. A boca, esta não
conseguia explicar, mas uma força involuntária a fazia ficar aberta em um largo
sorriso, apesar dos lábios freneticamente tentarem fechar em um tremido
desconjuntado... E os olhos, ah, esses que antes estavam perdidos, se tornaram
- numa intensidade assustadora - mais brilhantes, mais vivos do que jamais
haveriam estado em algum momento...
Mas e se fosse algo precipitado? Talvez fosse apenas uma forma que o corpo
procurou para se entorpecer em um momento de tédio desesperador... Talvez fosse
só um momento de distração.. Entre talvez e talvez, de nada se sabia! Não se
tinha ideia alguma em relação a nada que estivesse acontecendo; mas de algo se
tinha certeza: independente do que fosse, seria aproveitado com o máximo das
forças, ainda que num breve e distante olhar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAmei!!! Tinha tempo q vc não escrevia!
ResponderExcluirta precisando voltar.
Rodrigo Horta: Afinal o amor era meu. Ali estava. Mesmo que não fosse correspondido. Ainda que fosse platônico, poderia se alimentar por séculos desta energia.
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