Os ventos uivando pela janela, o barulho do aquecedor, a sandália da vizinha de cima ao ir beber água. O perigo que podia ser, a pessoa que podia estar por vir, não, isso seria apenas murmúrios de sua cabeça relacionando com fatos anteriores e antepassados. Mas e se fosse o que pensava, e se no final estivesse chegando, e se... Não, isso não deveria estar na mente dela, isso deveria ser apagado, ninguém a encontraria, ela estava num local seguro. Ali ela não seria encontrada, ali era seu lugar seguro...
O telefone toca, o coração acelera muito mais do que o habitual, o corpo treme como as árvores que recebem o vento de inverno e se contorcem em formas diferenciadas. Uma voz, suave e gentil:
O telefone toca, o coração acelera muito mais do que o habitual, o corpo treme como as árvores que recebem o vento de inverno e se contorcem em formas diferenciadas. Uma voz, suave e gentil:
- Calma, estou indo para aí. Você estará segura!
Seu corpo se acalma, ela solta um sorriso e então olha para frente. Um sorriso malicioso, um olhar tão brilhante e frio como a arma prateada em suas mãos. O telefone desliza de suas mãos batendo três vezes no chão frio e sombrio, abandonando-se ao murmúrio do ambiente. O medo percorre seu suave corpo, que antes havia se acalmado. Então um grito, sim, o último grito, acompanhado de apenas um barulho na mesma entonação. O corpo que antes pulsava encontra-se ao mundo de seu telefone, um mundo tão frio, tão sombrio e abandonado.
“... Oh Annie
I still think of you each time I see the sun,
Didn't want a life without you
But here I am living one...”
Nossa, q tento intenso e profundo. Ele nos cativa de uma maneira inesplicável e nos domina com uma alergia q acabou de se revelar. Mt massa esse texto. Abraço.!
ResponderExcluirMeu blog: http://manoelbritto.blogspot.com/
ai, que triste, Arthuur. ._.
ResponderExcluiri love it. adoro textos sombrios e derivados.
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